O Território de intervenção da ADIBER é comumente conhecido por Beira Serra, dada a sua proximidade com a Serra da Estrela, integra os Concelhos de Arganil, Góis, Oliveira do Hospital e Tábua, que estão inseridos na NUT II Região Centro e fazem parte da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra.

Este território que ocupa uma superfície total de 1030,45 Km2. e acolhe uma população residente de 49.331 habitantes (Censos 2011), é considerado como zona de Montanha nos Concelhos de Arganil e Góis e como zona desfavorecida em Oliveira do Hospital e Tábua de acordo com a definição da Portaria nº 377/88, sendo que todas as suas freguesias são rurais, existindo apenas um núcleo urbano com mais de 5.000 habitantes, a cidade de Oliveira do Hospital.

É um território marcado por uma acentuada orografia, própria de uma zona de média montanha, influenciado pela Serra do Açôr e Serra da Lousã em contraste com os vales dos rios Mondego, Alvôco, Alva e Ceira, o que lhe confere uma ambiente bastante diversificado do ponto de vista paisagístico e da biodiversidade, reforçado pela presença da Área de Paisagem Protegida da Serra do Açôr e dos Sítios da Rede Natura 2000 do Complexo do Açôr (Arganil), da Serra da Lousã (Góis) e do Carregal (Oliveira do Hospital e Tábua).

Em termos sócio-demográficos o território apresenta características comuns à generalidade das regiões do Interior, tal como o envelhecimento populacional e a tendência acelerada de despovoamento e dispersão, aos quais se aliam outras problemáticas como a retração da base económica local, as baixas qualificações da população, a “fuga” da população jovem, que em conjunto têm como consequência a fraca capacidade regenerativa da população.

Apesar destes constrangimentos realçar a excelência dos serviços prestados pelas IPSS da Região, as quais através da diversificação e qualificação das valências que colocam à disposição da população em situação de dependência (crianças e idosos), ajudam a minimizá-los, para além de exercerem um impacto positivo ao nível da criação de postos de trabalho, fundamentalmente ocupados por mulheres.

Não obstante o Território apresentar taxas de desemprego inferiores à média nacional, torna-se um imperativo aumentar a oferta de empregos, sobretudo qualificados e sustentáveis, de modo a reduzir os níveis de precariedade e a dependência da mão-de-obra pouco qualificada dos programas de inserção que são disponibilizados.

O seu tecido económico é composto essencialmente por micro e pequenas empresas, cuja atividade está muito relacionada com o potencial endógeno que a Região tem para oferecer, embora as dinâmicas industriais da região sejam muito díspares entre os Concelhos, existindo um conjunto de médias empresas que desenvolvem atividades ligadas aos setores tradicionais, como as confeções, as madeiras, a construção civil que requerem mão-de-obra intensiva e pouco qualificada.

A existência de uma cultura de parceria enraizada e a grande experiência de trabalho conjunto, têm permitido ultrapassar alguns dos constrangimentos que afetam o território e ao mesmo tempo, valorizar o seu potencial, transformando a interioridade em vantagem competitiva.

Os Municípios que compõem esta Região têm uma longa tradição de cooperação e associativismo intermunicipal.

Tal facto provoca um conjunto de movimentos pendulares muito significativos entre os principais núcleos urbanos da região e a uma interação entre as próprias populações.

Quanto ao enquadramento espacial da região, estamos em presença de quatro concelhos limítrofes, cuja proximidade à cidade de Coimbra se traduz em intensas trocas de inputs e outputs imprescindíveis para as suas dinâmicas regionais/locais, nomeadamente no que concerne à produção de conhecimento e à satisfação de necessidades a que o território ainda não responde.

Esta ligação a Coimbra, mas também à Serra da Estrela, tem igualmente impactos no reforço do potencial turístico, acrescido pela disseminação no território de marcas de referência turística nacionais como as Aldeias do Xisto e as Aldeias Históricas.

Também ao nível da Denominação de Origem de alguns produtos de qualidade, este é um território coeso, porquanto os seus Concelhos fazem parte da região demarcada do Queijo Serra da Estrela e do Vinho do Dão, do Borrego Serra da Estrela e da Maça Bravo Esmolfe, à exceção de Góis, estando este Concelho e Arganil integrado na zona de produção do Mel DOP Serra da Lousã, o que facilita a dinamização de projetos e iniciativas conjuntas, ligadas à produção, comercialização e promoção destes e outros produtos locais de qualidade.

Por outro lado, a floresta e o espaço florestal representa outro dos elementos congregadores deste território, nomeadamente ao nível do aproveitamento dos recursos que disponibiliza, sendo um importante factor de desenvolvimento da região, pelos impactos económicos e sociais que pode provocar.

Em súmula, estamos em presença de uma região que tem procurado, com intervenções integradas que se baseiam nos seus recursos intrínsecos e através do enraizamento de uma cultura de compromisso e parceria, vencer as dificuldades características dos territórios de baixas densidades (populacional, serviços públicos, económica, infraestrutural, …).

A Beira Serra demonstra possuir identidade e um projeto próprio, que se pretende projetar no futuro, procurando activar sinergias que reforcem a sua competitividade e atratividade, sem descurar o valor que sempre atribuiu às pessoas, enquanto seu principal recurso, nomeadamente à promoção da sua qualidade de vida, bem-estar e dignidade e à afirmação da região que é desde a essência, solidária e pró-ativa e se quer apresentar como um território vivo, criativo e empreendedor.